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Thursday, March 19, 2009


Os irritantes economistas da crise


É muito desagradável ler ou ouvir economistas nos meios de comunicação social a defenderem baixas ou congelamentos de salários. Como é natural, em situações de estabilidade económica, as baixas nos salários são más. Todos nos sentimos mal quando não ganhamos ou não somos aumentados tanto como desejaríamos. Em situações de crise, as baixas de salários são particularmente más uma vez que ocorrem quando as pessoas passam mais dificuldades e mais precisam do dinheiro e do poder de compra associado.

Quando existe turbulência económica e as empresas se sentem mais ameaçadas, as soluções apresentadas por alguns economistas são os despedimentos e as baixas de salários, classificadas como inevitáveis e de como são importantes para o aumento da competitividade das empresas. É muito triste que pessoas inteligentes recorram sempre aos mesmos expedientes e, ao fim e ao cabo, falem da vida das pessoas como se fosse um jogo de monopólio, sem qualquer sensibilidade.

As pessoas são, na sua generalidade mal pagas. Muitas vezes, o trabalho é duro e as condições de trabalho estão longe de ser as melhores. Chega a ser escandaloso ouvir pessoas com bons salários, como alguns políticos, comentadores ou pretensos economistas, sem preocupações em gerir o seu dinheiro até cada fim de mês, falar em reduções de salários que são, já de si, de miséria.

Ainda por cima, as vozes que se erguem com estas soluções nunca se lembram de ponderar os custos sociais da baixa de rendimento das famílias e mais, nunca se lembram que os aumentos de competitividade podem também ser feitos à custa de aumentos de eficiência produtiva e, sobretudo, da diminuição das margens de lucro das empresas, durante a época de tormentas. A maior parte de nós tem alguma noção de como são formados os preços em Portugal e de como são impostas margens de lucro brutais aos produtos, sobre os seus custos de produção.

Não será melhor abdicar de uma pequena parcela dos lucros generosos em vez de reduzir os salários, privilegiando antes a assunção de algumas responsabilidades sociais que no fundo previnem rupturas sociais que serão gravosas para todos? Será que os economistas bem falantes da televisão não nos poderão ensinar receitas novas, que não sejam destrutivas e de concentração mas de positivas e de repartição?

Idealmente, a leveza da abundância deveria ser festejada por todos e o peso da escassez também suportado por todos.
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