Thursday, June 17, 2004
Aqueles intelectuais
Enervam-me aqueles intelectuais que se julgam muito espertos.
Por lerem muitos livros... por percorrerem quilómetros de museus, por
observarem, na sua sofisticação, quadros com ares de entendedor, que até podem ser...
Pensam que a cultura só está nas letras e nas artes e em tudo o que eles
vêem com os seus olhos iluminados de conhecimento.
No seu discurso superior utilizam palavras como: "parolos", "povão", por vezes "mentecaptos", e dizem mal
de tudo, criticam o estado da pátria, a forma de pensar e agir das pessoas... Raramente
apresentam soluções ou sugestões. É tudo em tom de crítica e, quando as coisas
são bem feitas é raro escreverem, na sua palavra, de bela caligrafia, um elogio.
Mas os seus olhos iluminados estão fechados na escuridão para outros valores, para outra
beleza, para outra arte. A beleza das coisas simples, a arte de viver com o que
a vida dá...
Só eles estão certos, os ditadores da cultura...
Enervar-me com eles? Para quê?
Talvez, antes, ter pena de horizontes tão curtos...
Nuno Gaudêncio
Enervam-me aqueles intelectuais que se julgam muito espertos.
Por lerem muitos livros... por percorrerem quilómetros de museus, por
observarem, na sua sofisticação, quadros com ares de entendedor, que até podem ser...
Pensam que a cultura só está nas letras e nas artes e em tudo o que eles
vêem com os seus olhos iluminados de conhecimento.
No seu discurso superior utilizam palavras como: "parolos", "povão", por vezes "mentecaptos", e dizem mal
de tudo, criticam o estado da pátria, a forma de pensar e agir das pessoas... Raramente
apresentam soluções ou sugestões. É tudo em tom de crítica e, quando as coisas
são bem feitas é raro escreverem, na sua palavra, de bela caligrafia, um elogio.
Mas os seus olhos iluminados estão fechados na escuridão para outros valores, para outra
beleza, para outra arte. A beleza das coisas simples, a arte de viver com o que
a vida dá...
Só eles estão certos, os ditadores da cultura...
Enervar-me com eles? Para quê?
Talvez, antes, ter pena de horizontes tão curtos...
Nuno Gaudêncio
