Monday, December 08, 2003
Nó de gravata
A gravata não é só um nó com que se ata a roupa ao corpo.
A gravata é um nó entre gerações.
Quando somos miúdos, achamos-lhe muita piada. Vemos os nossos pais a
atarem as suas gravatas, e também queremos uma, para sermos grandes.
Depois quando já somos quase grandes, precisamos de vestir gravata.
Então, recorremos aos pais para nos ensinarem a dar o famoso nó. Muitas
tentativas... muitas gravatas enroladas... muitas vezes a chatear o
papá.
Até que um dia, já grandes, nos basta o espelho, ou nem isso, e na
solidão de um nó de gravata, nos aperaltamos para ir trabalhar.
Felizmente, as mulheres também aprendem o nó da gravata. Porquê? É um
dos grandes mistérios da humanidade, não é? Não, não é. Elas querem
os seus homens bonitos. Por esses dias então, é a mulher que nos aperta
o pescoço. Melhor, o nó da gravata no pescoço.
Depois, os mais velhos. Chega um dia em que se desaprende. A idade tem
dessas coisas. São então os idosos a pedir aos filhos para lhes darem
o nó da gravata, para os re-ensinarem. Voltam a unir-se nesse nó.
E porque os nós se atam e se desatam, o ciclo nunca pára...
E entretanto, os nós vão mudando, as cores vão mudando...
Nuno Gaudêncio
A gravata não é só um nó com que se ata a roupa ao corpo.
A gravata é um nó entre gerações.
Quando somos miúdos, achamos-lhe muita piada. Vemos os nossos pais a
atarem as suas gravatas, e também queremos uma, para sermos grandes.
Depois quando já somos quase grandes, precisamos de vestir gravata.
Então, recorremos aos pais para nos ensinarem a dar o famoso nó. Muitas
tentativas... muitas gravatas enroladas... muitas vezes a chatear o
papá.
Até que um dia, já grandes, nos basta o espelho, ou nem isso, e na
solidão de um nó de gravata, nos aperaltamos para ir trabalhar.
Felizmente, as mulheres também aprendem o nó da gravata. Porquê? É um
dos grandes mistérios da humanidade, não é? Não, não é. Elas querem
os seus homens bonitos. Por esses dias então, é a mulher que nos aperta
o pescoço. Melhor, o nó da gravata no pescoço.
Depois, os mais velhos. Chega um dia em que se desaprende. A idade tem
dessas coisas. São então os idosos a pedir aos filhos para lhes darem
o nó da gravata, para os re-ensinarem. Voltam a unir-se nesse nó.
E porque os nós se atam e se desatam, o ciclo nunca pára...
E entretanto, os nós vão mudando, as cores vão mudando...
Nuno Gaudêncio